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As moscas ou Os cartazes ou As fotos
Andando pela universidade sempre me chamaram atenção os muitos cartazes (e afins) que se espremem nos murais. Curiosos, divertidos, bizarros, publicitários, ou o adjetivo que for.
Ocorreu-me, então, de registrá-los. E aqui publicar. Desse modo livro a página do marasmo a que está condenada. (Há muitas coisas sobre as quais gostaria de escrever, mas não tenho encontrado tempo. As fotos são, ao menos, rápidas.)
Assim, o blog passa a abrigar uma série temática de fotografias.
16.8.07
O Cônego ou Metafísica do Estilo
— "Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém, que se encontrardes o meu amado, lhe façais saber que estou enferma de amor..."
Era assim, com essa melodia do velho drama de Judá, que procuravam um ao outro na cabeça do Cônego Matias um substantivo e um adjetivo... Não me interrompas, leitor precipitado; sei que não acreditas em nada do que vou dizer. Di-lo-ei, contudo, a despeito da tua pouca fé, porque o dia da conversão pública há de chegar.
Nesse dia, — cuido que por volta de 2222, — o paradoxo despirá as asas para vestir a japona de uma verdade comum. Então esta página merecerá, mais que favor, apoteose. Hão de traduzi-la em todas as línguas. As academias e institutos farão dela um pequeno livro, para uso dos séculos, papel de bronze, corte-dourado, letras de opala embutidas, e capa de prata fosca. Os governos decretarão que ela seja ensinada nos ginásios e liceus. As filosofias queimarão todas as doutrinas anteriores, ainda as mais definitivas, e abraçarão esta psicologia nova, única verdadeira, e tudo estará acabado. Até lá passarei por tonto, como se vai ver.
Matias, cônego honorário e pregador efetivo, estava compondo um sermão quando começou o idílio psíquico. Tem quarenta anos de idade, e vive entre livros e livros para os lados da Gamboa. Vieram encomendar-lhe o sermão para certa festa próxima; ele que se regalava então com uma grande obra espiritual, chegada no último paquete, recusou o encargo; mas instaram tanto, que aceitou.
— Vossa Reverendíssima faz isto brincando, disse o principal dos festeiros.
Matias sorriu manso e discreto, como devem sorrir os eclesiásticos e os diplomatas. Os festeiros despediram-se com grandes gestos de veneração, e foram anunciar a festa nos jornais, com a declaração de que pregava ao Evangelho o Cônego Matias, "um dos ornamentos do clero brasileiro". Este "ornamento do clero" tirou ao cônego a vontade de almoçar, quando ele o leu agora de manhã; e só por estar ajustado, é que se meteu a escrever o sermão.
Começou de má vontade, mas no fim de alguns minutos já trabalhava com amor. A inspiração, com os olhos no céu, e a meditação, com os olhos no chão, ficam a um e outro lado do espaldar da cadeira, dizendo ao ouvido do cônego mil cousas místicas e graves. Matias vai escrevendo, ora devagar, ora depressa. As tiras saem-lhe das mãos, animadas e polidas. Algumas trazem poucas emendas ou nenhumas. De repente, indo escrever um adjetivo, suspende-se; escreve outro e risca-o; mais outro, que não tem melhor fortuna. Aqui é o centro do idílio. Subamos à cabeça do cônego.
Upa! Cá estamos. Custou-te, não, leitor amigo? É para que não acredites nas pessoas que vão ao Corcovado, e dizem que ali a impressão da altura é tal, que o homem fica sendo cousa nenhuma. Opinião pânica e falsa, falsa como Judas e outros diamantes. Não creias tu nisso, leitor amado. Nem Corcovados, nem Himalaias valem muita cousa ao pé da tua cabeça, que os mede. Cá estamos. Olha bem que é a cabeça do cônego. Temos à escolha um ou outro dos hemisférios cerebrais; mas vamos por este, que é onde nascem os substantivos. Os adjetivos nascem no da esquerda. Descoberta minha, que ainda assim não é a principal, mas a base dela, como se vai ver. Sim, meu senhor, os adjetivos nascem de um lado, e os substantivos de outro, e toda a sorte de vocábulos está assim dividida por motivo da diferença sexual...
— Sexual?
Sim, minha senhora, sexual. As palavras têm sexo. Estou acabando a minha grande memória psicoléxico-lógica, em que exponho e demonstro esta descoberta. Palavra tem sexo.
— Mas, então, amam-se umas às outras?
Amam-se umas às outras. E casam-se. O casamento delas é o que chamamos estilo. Senhora minha, confesse que não entendeu nada.
— Confesso que não.
Pois entre aqui também na cabeça do cônego. Estão justamente a suspirar deste lado. Sabe quem é que suspira? É o substantivo de há pouco, o tal que o cônego escreveu no papel, quando suspendeu a pena. Chama por certo adjetivo, que lhe não aparece: "Vem do Líbano, vem..." E fala assim, pois está em cabeça de padre; se fosse de qualquer pessoa do século, a linguagem seria a de Romeu: "Julieta é o sol... ergue-te, lindo sol." Mas em cérebro eclesiástico, a linguagem é a das Escrituras. Ao cabo, que importam fórmulas? Namorados de Verona ou de Judá falam todos o mesmo idioma, como acontece com o thaler ou o dólar, o florim ou a libra que é tudo o mesmo dinheiro.
Portanto, vamos lá por essas circunvoluções do cérebro eclesiástico, atrás do substantivo que procura o adjetivo. Sílvio chama por Sílvia. Escutai; ao longe parece que suspira também alguma pessoa; é Sílvia que chama por Sílvio.
Ouvem-se agora e procuram-se. Caminho difícil e intrincado que é este de um cérebro tão cheio de cousas velhas e novas! Há aqui um burburinho de idéias, que mal deixa ouvir os chamados de ambos; não percamos de vista o ardente Sílvio, que lá vai, que desce e sobe, escorrega e salta; aqui, para não cair, agarra-se a umas raízes latinas, ali abordoa-se a um salmo, acolá monta num pentâmetro, e vai sempre andando, levado de uma força íntima, a que não pode resistir.
De quando em quando, aparece-lhe alguma dama — adjetivo também — e oferece-lhe as suas graças antigas ou novas; mas, por Deus, não é a mesma, não é a única, a destinada ao eterno para este consórcio.
E Sílvio vai andando, à procura da única. Passai, olhos de toda cor, forma de toda casta, cabelos cortados à cabeça do Sol ou da Noite; morrei sem eco, meigas cantilenas suspiradas no eterno violino; Sílvio não pede um amor qualquer, adventício ou anônimo; pede um certo amor nomeado e predestinado.
Agora não te assustes, leitor, não é nada; é o cônego que se levanta, vai à janela, e encosta-se a espairecer do esforço. Lá olha, lá esquece o sermão e o resto. O papagaio em cima do poleiro, ao pé da janela, repete-lhe as palavras do costume e, no terreiro, o pavão enfuna-se todo ao sol da manhã; o próprio sol, reconhecendo o cônego, manda-lhe um dos seus fiéis raios, a cumprimentá-lo. E o raio vem, e pára diante da janela: "Cônego ilustre, aqui venho trazer os recados do sol, meu senhor e pai." Toda a natureza parece assim bater palmas ao regresso daquele galé do espírito. Ele próprio alegra-se, entorna os olhos por esse ar puro, deixa-os ir fartarem-se de verdura e fresquidão, ao som de um passarinho e de um piano; depois fala ao papagaio, chama o jardineiro, assoa-se, esfrega as mãos, encosta-se. Não lhe lembra mais nem Sílvio nem Sílvia.
Mas Sílvio e Sílvia é que se lembram de si. Enquanto o cônego cuida em cousas estranhas, eles prosseguem em busca um do outro, sem que ele saiba nem suspeite nada. Agora, porém, o caminho é escuro. Passamos da consciência para a inconsciência onde se faz a elaboração confusa das idéias, onde as reminiscências dormem ou cochilam. Aqui pulula a vida sem formas, os germens e os detritos, os rudimentos e os sedimentos; é o desvão imenso do espírito. Aqui caíram eles, à procura um do outro, chamando e suspirando. Dê-me a leitora a mão, agarre-se o leitor a mim, e escorreguemos também.
Vasto mundo incógnito. Sílvio e Sílvia rompem por entre embriões e ruínas. Grupos de idéias, deduzindose à maneira de silogismos, perdem-se no tumulto de reminiscências da infância e do seminário. Outras idéias, grávidas de idéias, arrastam-se pesadamente, amparadas por outras idéias virgens. Cousas e homens amalgamam-se; Platão traz os óculos de um escrivão da câmara eclesiástica; mandarins de todas as classes distribuem moedas etruscas e chilenas, livros ingleses e rosas pálidas; tão pálidas, que não parecem as mesmas que a mãe do cônego plantou quando ele era criança. Memórias pias e familiares cruzam-se e confundem-se. Cá estão as vozes remotas da primeira missa; cá estão as cantigas da roça que ele ouvia cantar às pretas, em casa; farrapos de sensações esvaídas, aqui um medo, ali um gosto, acolá um fastio de cousas que vieram cada uma por sua vez, e que ora jazem na grande unidade impalpável e obscura.
— Vem do Líbano, esposa minha...
— Eu vos conjuro, filhas de Jerusalém...
Ouvem-se cada vez mais perto. Eis aí chegam eles às profundas camadas de teologia, de filosofia, de liturgia, de geografia e de história, lições antigas, noções modernas, tudo à mistura, dogma e sintaxe.
Aqui passou a mão panteísta de Spinoza, às escondidas; ali ficou a unhada do Doutor Angélico; mas nada disso é Sílvio nem Sílvia. E eles vão rasgando, levados de uma força íntima, afinidade secreta, através de todos os obstáculos e por cima de todos os abismos. Também os desgostos hão de vir. Pesares sombrios, que não ficaram no coração do cônego, cá estão, à laia de manchas morais, e ao pé deles o reflexo amarelo ou roxo, ou o que quer que seja da dor alheia e universal. Tudo isso vão eles cortando, com a rapidez do amor e do desejo.
Cambaleias, leitor? Não é o mundo que desaba; é o cônego que se sentou agora mesmo. Espaireceu à vontade, tornou à mesa do trabalho, e relê o que escreveu, para continuar; pega da pena, molha-a, desce-a ao papel, a ver que adjetivo há de anexar ao substantivo.
Justamente agora é que os dous cobiçosos estão mais perto um do outro. As vozes crescem, o entusiasmo cresce, todo o Cântico passa pelos lábios deles, tocados de febre. Frases alegres, anedotas de sacristia, caricaturas, facécias, disparates, aspectos estúrdios, nada os retém, menos ainda os faz sorrir. Vão, vão, o espaço estreita-se. Ficai aí, perfis meio apagados de paspalhões que fizeram rir ao cônego, e que ele inteiramente esqueceu; ficai, rugas extintas, velhas charadas, regras de voltarete, e vós também, células de idéias novas, debuxos de concepções, pó que tens de ser pirâmide, ficai, abalroai, esperai, desesperai, que eles não têm nada convosco. Amam-se e procuram-se.
Procuram-se e acham-se. Enfim, Sílvio achou Sílvia. Viram-se, caíram nos braços um do outro, ofegantes de canseira, mas remidos com a paga. Unem-se, entrelaçam os braços, e regressam palpitando da inconsciência para a consciência. "Quem é esta que sobe do deserto, firmada sobre o seu amado?", pergunta Sílvio, como no Cântico; e ela, com a mesma lábia erudita, responde-lhe que "é o selo do seu coração", e que "o amor é tão valente como a própria morte".
Nisto, o cônego estremece. O rosto ilumina-se-lhe. A pena cheia de comoção e respeito completa o substantivo com o adjetivo. Sílvia caminhará agora ao pé de Sílvio, no sermão que o cônego vai pregar um dia destes, e irão juntinhos ao prelo, se ele coligir os seus escritos, o que não se sabe.
por Joaquim Maria Machado de Assis
8.8.07
A declaração de Ricardo Teixeira é estapafúrdia, ninguém viu isso?
Como dito ontem, ainda há alguma coisa a ser escrita sobre futebol.
– possibilidades de eliminar o time de Munique. Exato! O maior campeão da Copa quase foi abatido pelo modesto time da Liga Sul da 3ª Divisão alemã. Depois do empate em
ue, um ano após a vexatória campanha do escrete brasileiro na Copa do Mundo, o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, percebeu que a folia de Weggis, os atletas bêbados, os fora de forma não levariam o Brasil à vitória. Indignado, declarou: “Era óbvio que aquilo não ia funcionar. E como é que ninguém viu isso?”.
7.8.07
Nostalgia do Brasileirão
Ao vermos um campeonato brasileiro de nível técnico tão baixo como o atual sobra espaço para alguma nostalgia (de tempos em que o nível não era, necessariamente, tão alto assim). Por que não se lembrar, por exemplo, do último Brasileirão decidido no mata-mata? Edição (de 2002) que foi vencida pelos “meninos da Vila”, de Emerson Leão. Com Fabio Costa no gol (embora o titular em grande parte da campanha tenha sido Julio Sérgio), Léo pela lateral esquerda, Maurinho na direita, André Luís e Alex no miolo de zaga, Paulo Almeida, Renato, Elano e Diego compondo o meio-campo e Robinho e Alberto no ataque, o Santos sagrou-se campeão nacional depois de derrotar o Corinthians por
O surpreendente Santos chegou até esse título depois de uma irregular campanha na primeira fase, classificando-se com uma combinação um tanto improvável de resultados na ultima rodada. Sendo o 8º colocado, enfrentou nas quartas-de-final o forte São Paulo, favorito ao título. Duas vitórias do Alvinegro (
Não que eu seja exatamente um defensor dos campeonatos em mata-mata, mas foi um torneio digno de lembrança.
- Alguns dos times citados:
Dôni; Rogério, Fábio Luciano, Scheidt e Kléber; Vampeta, Fabinho, Renato; Deivid, Guilherme e Gil formavam o Corinthians de Carlos Alberto Parreira.
Rogério Ceni; Rafael, Jean, Ameli e Gustavo Nery; Maldonado, Fábio Simplício, Ricardinho e Kaká; Reinaldo e Luis Fabiano eram o São Paulo de Oswaldo de Oliveira (no papel, um grande time).
O São Cetano vinha com Silvio Luiz no gol, Esquerdinha na lateral esquerda e Anderson Lima pela direita, Serginho e Dininho na dupla de zaga. O meio campo carniceiro formado por Claudecir, Adãozinho, Magrão e Mineiro. E, no ataque, o pequeno Anaílson e Somália. Como se espera de todo time que bate bem, o técnico era o Mario Sérgio.
Inicialmente escreveria algumas outras coisas sobre o futebol. O adiantado da hora, o sono e o espaço não me permitem. Fica para outro texto.
PS: Créditos de parte das escalações (e até da idéia) para meu amigo Vietnamita.
1.8.07
Constatação do autor ou Simpsons, o filme
Pensando sobre o próximo texto (este) me ocorreu de falar sobre as expectativas sobre o lançamento de Simpsons, o Filme. Seria, a princípio, um post cheio de obviedades, recheado de elogios à divertida família de Springfield.
31.7.07
Algumas notas sobre o Pan
Findados os jogos, algumas considerações sobre o Pan:

- A pira (2): Em tempos que vemos designers ao redor do mundo realizarem bons trabalhos mesmo sem grandes inovações estéticas, uma (des)agradável surpresa no Rio de Janeiro: Uma pira(foto) de extremo mal-gosto!
“Impactante” é uma boa palavra. Um impacto do tipo “o que é esse pedaço de carro alegórico aí no Maracanã?! Que organização media-boca, nem tiraram os apetrechos da abertura!” Dois dias depois descobre-se que o tal carro alegórico era, na verdade, a pira pan-americana.
- O futebol: O masculino foi horrível como tem sido costume. O feminino foi brilhante como tem sido costume!
- A cobertura: Ah, a nossa fantástica imprensa esportiva... Nada como 96 horas diárias de cobertura para deixar qualquer um pirado! Futsal, natação, tênis de mesa, judô, futebol, basquete, hipismo, vôlei, cerimônias de premiação transmitidas em todos os canais ao mesmo tempo (até nos de mesma emissora), mesas redonda, etc.. Tudo para garantir que todos estivessem no “clima [de insanidade] do Pan”. Claro, tudo isso com um toque nada leve de ufanismo.
- As expectativas: Apesar do clima ufanista e dos bons resultados (54 ouros –
- A (des)organização: Entregas das obras com muito atraso (mais de um ano, em alguns casos). Orçamento de R$ 3,5 bilhões, mais de oito vezes mais que o inicialmente previsto.
- A (des)organização (2): O governador fluminense, Sergio Cabral (PMDB), já apresentou projeto de demolição do estádio de atletismo Célio de Barros, bem como do parque aquático Julio Delamare (que recebeu as partidas de pólo aquático no Pan). Nos locais seriam construídas estruturas auxiliares ao Maracanã, tais como shopping e estacionamento. O fato de a pista Célio de Barros servir de local de treinamento para mais de 150 atletas e de as piscinas do Julio Delamare servirem a projetos de inclusão social e à natação de base é, evidentemente, irrelevante!
- A (des)organização (3): O prefeito do Rio, Cesar Maia (Demo), opinou a respeito: “O importante é o funcionamento do Maracanã, com seus Fla-Flus”(!).
O prefeito não quis ficar atrás e também apresentou projetos para as instalações do Pan: "Estamos pensando em criar uma base para que sejam disputados jogos de tênis, além de shows. A natação não é rentável". Assim é que se pretende acabar com o recém inaugurado parque aquático Maria Lenk. Curiosamente, o Maria Lenk fica ao lado do ginásio multiuso, sede da ginástica e do basquete, que poderia facilmente abrigar shows ou partidas de tênis.
Não pense que o prefeito parou por aí. Há algo muito especial esperando o velódromo! Apesar de praticamente inexistirem espaços para eventos de ciclismos no país a idéia é transformá-lo em casa de shows. Obviamente, não há velódromos porque não são necessários! E, bem, equipamentos olímpicos (com piso importado, inclusive) são construídos a qualquer momento em que se ache preciso!
- A (des)organização (4): O presidente do COB e do CORIO, Arthur Nuzman, dizia antes dos jogos que “fizemos um esforço para dar ao Brasil equipamentos de nível olímpico. O que estamos deixando com o Pan é um legado que muda o enfoque do esporte no país.” No mínimo curioso que já se pense em inutilizar os tais “equipamentos de nível olímpico”.
- A (des)organização (5): Para o presidente Lula (PT), “os Jogos Pan-Americanos deram credencial ao Brasil para ser sede da Copa do Mundo e para se candidatar à Olimpíada". Sem dúvidas! O caos com os ingressos, o estouro do orçamento, o destino incerto das instalações, a arena do beisebol destruída foram, não há dúvidas, apenas pequenos acidentes. Não há porque temer a organização de outros eventos no país!
Bem, só algumas notas sobre os jogos. A quem se dispuser há muitas outras para serem feitas...
27.7.07
O Segredo

Apesar do que disse no post anterior, a força das circunstâncias me levou até a locadora. As mesmas circunstâncias colocaram entre os meus filmes uma cópia D’o Segredo (obviamente não locaria tal filme, verás mais adiante o porquê).
Uma vez locado um filme as pessoas em geral o assistem! Apesar da desconfiança em relação ao dito DVD resolvi arriscar. O filme tem 91 minutos, por mim divididos em duas partes. A primeira (cerca de trinta e cinco minutos) extremamente proveitosa, uma vez que serviu de base para escrever esse texto. A segunda (o resto do filme), mais proveitosa ainda, afinal (sabe-se lá porque) o som da TV deixa qualquer soneca mais prazerosa.
Pode parecer com tudo isso que o filme é uma grande porcaria... E é mesmo! A única surpresa que tive foi extremamente negativa. Nunca tinha visto auto-ajuda (!) em vídeo (essa a surpresa), mas não é algo que eu fizesse questão. Ainda assim, se fosse alguma teoria muito bem elaborada, vá lá, mas é – de longe – das mais banais. “Pense positivo” é a palavra de ordem, é O SEGREDO. Caso, pensando positivo, não alcance seus objetivos a culpa é sua (lógico!), que não teve fé suficiente!
Assim se resume O segredo. Ou quase, falta um detalhe sórdido: numa tentativa de conferir-lhe validade, o autor imputa o segredo a algumas personalidades históricas como Platão (ou Aristóteles, não me recordo ao certo), Newton, Beethoven, Einstein, entre outros. No mínimo, lamentável!
Apesar do que pode parecer, nem tudo é ruim. O filme nos alerta, e evita a leitura do livro. Encarar as 198 páginas da versão escrita d’O segredo seria um sofrimento muito maior.
25.7.07
A reabertura do blog ou As férias
Ah! As férias... Delicioso período do ano para o qual contamos os dias para o início e tentamos afastar o máximo possível o final. Finalmente elas chegaram. Finalmente não é preciso preocupar-se com estudos ou trabalho. Finalmente um tempo para a ociosidade. Bem... Aí começa o problema! Pois é, com a falta do que fazer vem o tédio, e aí dá vontade de fazer alguma coisa.
Não sei por que diabos várias pessoas me sugeriram ler um livro. Dado que ao fim dessas férias (que serão mais curtas que o habitual) já terei o bastante para ler, essa idéia foi refutada. A chuva que nos atormenta faz qualquer locadora ficar incalculavelmente longe do inercial conforto do lar. Os jogos pan-americanos desestimulam qualquer um a assistir TV (que já é em si um tanto desestimulante). E por aí vai...
O que interessa disso tudo é que, depois de algum tempo navegando na internet num desses momentos de ócio, pensei mais uma vez em reativar o blog. O diferente é que, ao que tudo indica, dessa vez levarei a cabo essa idéia.
Dito isso, vamos ao que interessa: o blog.
A princípio, a idéia era fazer outro blog, mas isso geraria vários problemas. A começar pelo nome, já que a minha criatividade está permanentemente
Talvez fosse renitente ao antigo blog pelo nome. Pode-se imaginar com um nome desses que o objetivo é falar de mim, e é notório que a vida alheia não é relevante a ninguém (apesar disso, alguns meios de comunicação insistem em falar a respeito). De todo modo, a idéia é escrever divagações, causos, estórias, idéias – importantes ou não, ou qualquer coisa que dê na telha. Isso não torna o conteúdo do blog mais relevante, mas torna-o minimamente mais interessante (com ênfase no minimamente).
Assim (re)nasce o blog. Evidentemente, seu destino é incerto. Talvez escreva nele por anos, talvez ele não tenha mais que esse post, talvez eu use-o para postar fotos, ou talvez ele tenha um fim não previsto aqui. Quem sabe?
Enfim, o texto já está demasiado longo e, para evitar que fique (ainda mais) enfadonho, concluirei.
Boa leitura!